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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Curiosidades: A Descoberta da Radioatividade

Boa tarde, leitores! Hoje iremos revisitar um dos maiores e mais destrutivos avanços da história da ciência. Sempre que se escuta o conceito "radioatividade", logo a associamos com desastres da Segunda Guerra Mundial, mas também, mais recentemente, a tal radioatividade é usada também para diversos tratamentos de câncer e outras doenças. Esta postagem tem como meta falar um pouco mais da origem dos estudos com a radioatividade até o fatídico momento da elaboração das duas grandes bombas atômicas que foram utilizadas em um dos grandes momentos históricos do século passado.

A história da radioatividade não começa com sua descoberta, tendo início por meados de 1890, quando o físico Wilhelm Konrad Röentgen descobriu uma nova espécie de radiação ao estudar os raios catódicos* de Eugen Goldstein, outro físico alemão. O experimento realizado foi produzido por uma corrente elétrica em um tubo de vidro, contendo um gás inerte, instigando Röentgen a verificar se os  raios produzidos escapavam do vidro. Ao realizar o experimento novamente, em um quarto escuro, ele notou a emissão desses raios, nomeando-os de raios-X por não saber sua origem.

Representação da primeira radiografia.
Mais tarde, o cientista Antoine Henri Becquerel veio a estudar o fenômeno da luminescência,  apresentada pelos experimentos de Röentgen, porém, utilizando compostos de urânio que brilhavam. Becquerel irradiava os compostos e obteve resultados satisfatórios. Acidentalmente, com a ausência do sol, o cientista francês percebeu que o material emitia a radiação, mesmo sem estar irradiado pela luz solar, ao guardar o composto de urânio em uma gaveta junto de uma chapa fotográfica, notando os sinais da radiação, que apresentava grande intensidade. Passou a estudar compostos de urânio que não apresentavam luminescência e os resultados foram os mesmos, instigando a teoria de que a propriedade de emitir radiação invisível e penetrante era proveniente da presença do metal urânio. Ao realizar novamente experimentos, porém com urânio metálico (urânio puro), concluindo suas impressões. Assim, Becquerel concluiu seus estudos, trazendo uma grande colaboração para a futura descoberta da radioatividade.

Após os estudo de Becquerel, muitos outros cientistas começaram a estudar o tal fenômeno, mas foi com o casal Marie e Pierre Curie que o conceito da radioatividade finalmente surgiu. Ao estudar o fenômeno que chamavam de "raios de Becquerel", madame Curie examinou diversos minérios e substâncias puras, com equipamentos mais adequados, e notou que todos os minérios de urânio emitiam radiação. Entretanto, observou que dois dos minérios estudados apresentavam uma emissão mais intensa (mais ativos) que o próprio urânio. O conceito surgiu a partir desta observação, após Marie perceber que o fenômeno não era exclusivo do urânio, sendo algo mais abrangente e chamando-o de radioatividade. Toda substância que emitisse "raios de Becquerel" seriam chamadas de radioativas. 

Imagem de Pierre e Marie Curie.
O casal foi muito mais além da descoberta da radioatividade: após notar maior intensidade dos minérios de urânio, Marie propôs a existência de um material radioativo desconhecido na composição dos minérios. Depois de quase totalmente isolado, o elemento desconhecido apresentava uma emissão 400 vezes mais intensa que a do urânio puro. Após sua descoberta, o elemento recebeu o nome polônio, em homenagem ao país em que Marie nasceu. Mais tarde, madame Curie conseguiu isolar outro elemento do mesmo minério, sendo 900 vezes mais ativo que o urânio puro, nomeando-o rádio, devido sua alta intensidade. Por fim, Marie defendeu a ideia de que a radioatividade era uma propriedade atômica e recebeu 2 prêmios Nobels pela descoberta dos dois elementos.

Ainda essa semana, o blog será atualizado com uma postagem sobre Bombas Atômicas, dando continuidade aos avanços provenientes da Radioatividade!

Referências:
- http://www.ghtc.usp.br/server/pdf/ram-59.pdf

- Livro: Gênio Obsessivo - o mundo interior de Marie Curie; GOLDSMITH, Barbara

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