Páginas

domingo, 23 de novembro de 2014

[EVENTO] 2º dia do III Simpósio Integrado da Graduação e da Pós-graduação em Química

Boa tarde, leitores! Peço desculpas pela ausência e demora para completar a matéria sobre o III Simpósio Integrado da Graduação e da Pós-graduação em Química. Hoje iremos falar sobre o segundo dia (30/10) do evento.



O segundo dia começou com uma mesa redonda, às 8h, apresentando o tema "Profissional da Química: qual sua expectativa?". A mesa contou com diversos profissionais da área de química, cada um com 30 minutos para apresentação de discussões. A composição da Mesa: Profª. Drª. Solange Cadore - Instituto de Química da UNICAMP - que possui graduação em Bacharelado em Química com ênfase em Tecnologia, pela UFRGS, em Licenciatura em Química, também pela UFRGS, mestrado e doutorado em Química pela Universidade Estadual de Campinas, e ainda possui 57 artigos publicados; Guilherme Aguiar, pesquisador da Empresa Bioagri Ambiental, tecnólogo da Construção civil, solos e pavimentação pela UNICAMP;  e Gisele Fidelis Altoe, pesquisadora da Empresa Braskem, possui graduação em química pela Universidade Federal do Espírito Santo.

No horário das 10h30, houve a palestra "Empreendedorismo e a formação no ensino superior", apresentada pelo Prof. Dr. Aluir Dias Purceno - Universidade Federal de Minas Geral. O professor é graduado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal de Ouro Preto  (UFOP), Mestre em Engenharia Ambiental pela UFPO e doutor em Química Inorgânica pela UFMG.

Na parte da tarde, às 14h, houve outra mesa redonda, com o tema "Inovação na área da Química", composta pelos docentes: Prof. Dr. Sidney José Lima Ribeiro - Instituto de Química da UNICAMP -, que possui graduação em Bacharelado em Química pela UNESP Araraquara, mestrado e doutorado em Química Inorgânica pela UNESP-UFPE; Prof. Dr. Aluir Dias Purceno, que apresentou a palestra "Empreendedorismo e a formação no ensino superior"; e o Prof. Dr. Johnny Rizzieri Oliveiri, graduado em Física pela USP, mestrado e doutorado em Física pela USP.

Por fim, às 16h40, o evento foi encerrado, com os agradecimentos à todos os participantes em uma cerimônia de encerramento.

Para mais detalhes, acessem o site do evento:
E fiquem atentos para mais eventos aqui no blog!

domingo, 2 de novembro de 2014

[EVENTO] III Simpósio Integrado da Graduação e da Pós-graduação em Química.

Boa tarde, leitores! Nos dias 29 e 30 de outubro, aconteceu o III Simpósio Integrado da Graduação e da Pós-graduação em Química, no Campus da UNESP de São José do Rio Preto. O blog irá trazer a vocês as programações e eventos desses dois dias, ricos em palestras e apresentações de trabalhos realizados dentro da Universidade.



O evento tem como objetivo proporcionar uma reflexão aos participantes qual a importância e o papel da química na sociedadealém de discutir o papel do profissional da química em nível superior e promover uma interação entre empresa, indústria e universidade.

O tema central deste ano (2014) é "A Química e a sociedade", contando com palestras, mesa-redonda, apresentações de trabalhos, entre outras atividades.

O evento é realizado bianualmente, tendo como público alvo os docentes, discentes e funcionários da UNESP de diversos Campus, e de outras universidades, bem como ex-funcionários da área e ex-alunos.

O primeiro dia do Simpósio começou com a abertura, às 8h30 da manhã,  com a fala de diversos docentes e discentes que participaram da organização do evento. Em seguida, declarado aberto o evento, teve início a primeira palestra, com o tema "Caracterização de aerossóis atmosféricos de origem marinha na costa ocidental da Europa", com a Professora Doutora Cristina Oliveira - Departamento de Química e Bioquímica, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa - que apresentou o conceito de aerossol, suas fontes, classificações e análises para o estudo de sua composição, apresentando também a metrologia nessas análises.

Professora Drª Cristina Oliveira.

Após um breve intervalo, às 10h40 foi apresentada uma palestra com o tema "Avaliação CAPES na Área de Química", com o Professor Doutor Adriano Lisboa Monteiro - UFRGS - que apresentou o papel da CAPES para a expansão e consolidação da pós-graduação no mestrado e doutorado, além de atuar na formação de professores da educação básica ampliando o alcance de suas ações na formação de pessoal qualificado na área da Química no Brasil e no exterior.


Professor Dr. Adriano Lisboa Monteiro
Mais tarde, às 14h, foram apresentados trabalhos, em forma de painéis, dos discentes realizados dentro das universidades



O discente Yuri Portela Vanzato, do campus de São José do Rio Preto, realiza sua iniciação científica com a síntese e avaliação da toxicidade de difenilpentanoides simétricos contra o vírus HPV. A substância é derivada da curcumina, que é encontrada no açafrão.


A discente Gabriela de Carvalho Alves, também do campus de São do Rio Preto, trabalha com a síntese e caracterização de derivados de quitosana para aplicação em terapia gênica não viral. A quitosana é um polímero derivado da desacetilação da quitina, um dos polissacarídeos mais abundantes do planeta (presente no exoesqueleto de artrópodes), e possui propriedades importantes que a tornam promissora para a terapia gênica não-viral.


Gisele Santos Silveira, da Pós-Graduação do campus de Prudente, tem seu trabalho na síntese e caracterização estrutural de nanopartículas do tipo core/shell (caroço/concha) ZnO@Cr pelo método de Rietveld, que tem como objetivo verificar as propriedades do material sintetizado, verificando também a sua eficiência como fotocatalisador, aplicações, e comparar com as propriedades do ZnO (óxido de zinco) fora do sistema core/shell.


Flávio Silva Rezende, Pós-Graduando em ensino de ciências por investigação (ENCi), na Faculdade de Educação (FaE/UFMG), realiza seu trabalho voltado na área da licenciatura, com o tema "Caracterização das imagens e atividades desempenhadas pelos cientistas: a visão de alunos do 1º ano do ensino médio", que objetiva verificar e analisar ilustrações, produzidas por 36 alunos do primeiro ano do ensino médio, sobre a visão que eles possuem do papel do cientista. O projeto também visa desmitificar o papel do profissional na área de ciências e a possibilidade da aplicação da História da Ciência.

Após os painéis, às 16h, contou-se com a apresentação oral de trabalhos selecionado, onde graduandos e pós-graduandos tiveram 15 minutos para apresentar suas pesquisas em suas universidades, abrindo uns minutos no final para perguntas da plateia. 

Para terminar o dia, às 19h houve a confraternização, onde docentes e discentes se encontram para conversar e se divertirem.

E assim terminou o primeiro dia!
Para mais detalhes de como foi o cronograma e as palestras, acessem o site do evento: 


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Catavento - museu cultural dedicado às ciências

Boa tarde, leitores! Hoje irei falar sobre o Catavento, um museu cultural, científico, educacional e interativo. Localizado na cidade de São Paulo, próximo às estações Pedro II e Sé, o museu tem como finalidade aproximar a ciência das pessoas, por meio de atrações interativas, com breves explicações sobre os experimentos. A matéria de hoje tem como meta instigar a curiosidade de vocês, leitores, para separar um tempo livre, seja aos finais de semana ou em período de férias, pois realmente vale muito a pena.

Imagem 1 - Espaço cultural Catavento, parte externa.
Catavento é um espaço cultural e educacional, apresentando ao público a ciência e os problemas sociais, de um jeito interativo e atraente, ajudando muito na compreensão dos assuntos abordados, principalmente pelo fácil acesso das pessoas às questões apresentadas. Dentro do espaço, há quatro grandes seções: 

  • Universo - do espaço sideral à Terra;
  • Vida - do primeiro ser vivo até o homem;
  • Engenho - as criações do homem;
  • Sociedade - questões polêmicas da convivência humana.
Cada seção possui diversas subdivisões, abordando diversos assuntos complementares uns aos outros, com diferentes atrações.

Imagem 2 - Espaço cultural Catavento, mapa interno.


Além disso, há atrações que necessitam de inscrições, que pode ser feita na recepção, como por exemplo a parte de Nanotecnologia, onde você simula produções em nanoescalas por meio de jogos; Laboratório de Química, onde há diversas demonstrações práticas; entre outras.

Irei mostrar agora algumas atrações dentro do espaço para facilitar a visualização, e instigar vocês a visitar o Catavento. Aproveitem, vale muito a pena!

A visita inicia-se na seção da Vida onde interagiu-se com os diferentes biomas. Estima-se que o número de espécies ultrapasse 100 milhões e o país que abriga maior parte desse número é o Brasil. A ala é separada em diferentes assuntos referentes à vida, como estrutura interna de alguns artrópodes; computadores que emitem sons de diferentes aves brasileiras, por meio de fones de ouvidos; jogos que correlacionam estruturas semelhantes em diversas espécies; entre muitas outras atrações. As imagens a seguir fornecem algumas dessas atividades dentro da seção:


Imagem 3: Ciclo de vida de uma borboleta. 
Imagem 4: Aquário mostrando relação entre seres aquáticos.

Imagem 5: Visualização de uma centopeia preservada, através de uma lupa.

Imagem 6: Esqueleto de uma rã.

Imagem 7: Réplica de um Tigre-Dentes-de-Sabre que viveu no Brasil há aproximadamente 11 mil anos.
A ala da Vida ainda conta com demonstrações do funcionamento do corpo humano, desde a fecundação ao crescimento do feto, funcionamento dos pulmões, estrutura do coração, intestino, etc, e ainda conta com atrações sobre a evolução humana e estrutura de vírus e  do DNA - a molécula da vida.

Imagem 8: Demonstração da evolução do crânio humano.

Imagem 9: Demonstração de um funcionamento de pulmão.
Em seguida, visitou-se a seção do Engenho, que começa com a sala das ilusões, onde encontra-se diversos quadros de ilusão óptica, a casa maluca, e outros truques que podem enganar o cérebro humano.
Imagem 10 - Quadro de ilusão óptica.

Imagem 11 - Quadro de ilusão óptica.
Depois da sala de ilusões, encontra-se uma enorme sala, onde depara-se com diversos experimentos relacionados aos diferentes assuntos tratados na física, como mecânica, fluidos, eletromagnetismo, som, calor e óptica. Aqui é possível ter contato com a física de modo totalmente interativo e divertido.
Imagem 12 - Experimento para observação da ação de uma centrífuga.

Imagem 13 - O líquido tende a ir para fora, formando uma curva. Quanto mais rápido, mais funda será a curva.

Imagem 14 - Experimento para verificar a conservação do momento e da energia.

Imagem 15 - As bolas possuem massas iguais, portanto, o número de bolas quem sobe é o mesmo de bolas lançadas.

Imagem 16 - Experimento para demonstrar, através de pequenas bolas de isopor, a propagação das diferentes frequências do som.

Imagem 17 - O som se propaga por vibrações no ar. Cada frequência provoca uma organização diferente nas bolas, sendo possível a "visualização" do som através das bolas de isopor. Respectivamente, os sons são grave, médio e agudo.

Imagem 18 - Atração que compara os diferentes gastos de energia em uma residência. A voltagem pode ser a mesma, mas uns gastam mais energia que os outros. Apesar do chuveiro apresentar maior gasto, a geladeira é a que consome mais energia em um mês, por ficar ligada o dia inteiro.

Imagem 19 - Experimento que transforma a energia cinética da bicicleta em energia elétrica. 

Imagem 20 - As lâmpadas LEDs necessitam de menor energia para serem acesas, sendo mais eficientes.

Imagem 21 - Atração que simula a movimentação de um tornado em um fluido.

Na seção da Sociedade, é possível saber mais sobre figuras históricas, como Gandhi, por exemplo, escalando uma parede; entrar em contato com a nanotecnologia com vídeos e jogos interativos em grupo, conhecendo mais o seu conceito; aprender sobre a química do cotidiano (medicamentos, fogos de artifício, as mudanças química na gastronomia) e entrar em contato com experiências no laboratório de química expositivo, aprendendo de tudo um pouco; alertas sobre drogas e seus efeitos; entre muitas outras atrações.

Imagem 22 - Informações sobre o silicone e suas diferentes formas.
Imagem 23 - A história da química dos medicamentos.
Imagem 24 - Experimento da Lei de Dalton, a quebra de moléculas de água, gerando gás hidrogênio (à esquerda) e oxigênio (à direita).
Imagem 25 - Os diferentes processos químicos que o alimento sofre na gastronomia. 
Imagem 26 - Teto revestido com modelos de moléculas de água. Ao decorrer do caminho, a organização das moléculas muda em relação aos diferentes estados da matéria.

Imagem 27 - Entrada do Laboratório de Química.

Outra curiosidade sobre o espaço são pequenos cartazes com algum fato curioso em sua extensão, seja em sua lanchonete, nos bebedouros ou nos banheiros. Além disso, há também brinquedos educativos para compras.

Aqui fica a recomendação do blog para fazer uma visita e aprender mais, de um jeito divertido. Em outro momento serão mencionadas as outras alas que ficaram pendentes, mas a essência é a mesma.

Para maiores detalhes do espaço, acessem o site do Catavento e aproveitem qualquer oportunidade!
http://www.cataventocultural.org.br/home

sábado, 30 de agosto de 2014

Curiosidade: Vinte anos da morte de Linus Pauling

Boa noite, leitores! Hoje iremos falar sobre a morte de um dos maiores químicos de todos os tempos, como muitos o consideram na comunidade científica. No último dia 19 de agosto, passaram-se 20 anos da morte de Linus Pauling. Seus feitos durante o século 20 foram de extrema importância para os estudos da Química moderna. A matéria de hoje irá revisitar brevemente a história desse fabuloso pesquisador, que se manteve ativo até o momento de sua morte.

Nascido dia 28 de fevereiro de 1901, em Portland, nos Estados Unidos, Linus Carl Pauling foi um dos maiores e mais versáteis cientistas dos últimos tempos, por seus trabalhos relacionados a diferentes áreas científicas, principalmente na área da química. Formou-se em engenharia química, em 1922, na Universidade Estadual de Oregon e, mais tarde, especializou-se em química no Instituto Tecnológico da Califórnia (Caltech), onde lecionou e pesquisou. 

Linus Carl Pauling
Na década de 30, com o desenvolvimento do modelo atômico de Rutherford - visto na matéria anterior sobre o desenvolvimento da radioatividade - estudou a natureza das ligações químicas, considerado como sua maior contribuição para a comunidade científica. Em 1939, publicou o livro "The Nature of Chemical Bond" (A Natureza das Ligações Químicas), onde explica a formação, estabilidade e comportamento das moléculas pela Teoria da Ligação de Valência, proposta através de seus estudos.

Imagem do livro "The Nature of the Chemical Bond".
Em 1954, recebeu o Prêmio Nobel de Química pela publicação de sua obra em 1939 e, mais tarde, em 1962, ganhou o Prêmio Nobel da Paz por sua participação em manifestações contra o uso de armas nucleares e testes nucleares.

Outro estudo de destaque de Pauling foi na área da biologia molecular, com a redescoberta da Vitamina C, em 1967, e sua importância na cura de doenças infecciosas.

Em 1973, fundou o Instituto de Medicina Ortomolecular, na Califórnia, que mais tarde foi nomeado como Instituto Linus Pauling de Ciência e Medicina, onde foi diretor de pesquisa até o resto de sua vida. Linus Carl Pauling morreu em 19 de agosto de 1994, e foi um pesquisador ativo até o fim.

Pauling, por trás de suas pesquisas, era considerado um grande pensador, pois se preocupava mais em entender, explicar, prever e, só depois, se preocupar com a matemática de um fenômeno.

Referências:
- http://www.cdcc.usp.br/quimica/galeria/pauling.html
- http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/LinusCPa.html

domingo, 17 de agosto de 2014

Curiosidades: Radioatividade e Bombas Nucleares

Boa noite, leitores! Hoje daremos continuidade sobre radioatividade, falando sobre um dos fenômenos mais destrutivos do último século: as bombas nucleares, um dos grandes motivos para associar a radiação como algo totalmente nocivo à saúde humana. Entretanto, em outra matéria, iremos ver também que a radioatividade trouxe muitos benefícios. A postagem de hoje tem como objetivo falar dos diferentes tipos de radiações provenientes do núcleo de um átomo e também mostrar o mecanismo das bombas.

Após a descoberta da radioatividade, muitos cientistas começaram a estudar o fenômeno até então desconhecido. Um dos primeiros desafios que surgiram foi o fato de explicar a radiação, uma vez que o modelo atômico de John Dalton (1803) - o átomo como uma esfera maciça e indivisível - não sustentava a ideia da radioatividade ser uma propriedade atômica. Com os avanços das pesquisas, Ernest Rutherford se destacou ao descobrir diferentes tipos de radiação. Em seu experimento, Rutherford isolou uma fonte radioativa em uma caixa de chumbo com uma abertura para a radiação passar e irradiar uma chapa fotográfica. Além disso, colocou duas chapas em cada lado, uma eletrizada com cargas positivas e outra com cargas negativas. O resultado foi uma imagem com dois pontos distintos: um totalmente atraído para o lado da chapa positiva e outro levemente atraído para o lado da chapa negativa, concluindo que as radiações emitidas possuíam cargas negativas (radiação beta) e positivas (radiação alfa), respectivamente. Posteriormente, outro cientista, Paul Villard, encontrou outro tipo de radiação, muito mais penetrante, nomeada de radiação gama
Imagem 1: Representação do experimento realizado para caracterizar os diferentes tipos de radiação.
Depois de estudar a natureza dos diferentes tipos de radiação emitidas, Rutherford descobriu que as radiações alfa e beta tratavam-se de partículas emitidas naturalmente de uma substância radioativa e realizou um experimento com partículas alfa: isolou a fonte da radiação em uma caixa de chumbo com uma abertura e colocou uma folha de ouro para ser irradiada. Ao passar pela folha, a maioria das partículas atravessaram sem nenhum desvio, enquanto outras eram desviadas ou refletidas. Após o experimento, Rutherford concluiu que o átomo era constituído por um núcleo denso, com carga positiva, o que explicaria as partículas desviadas e refletidas, e uma grande área vazia, onde os elétrons encontram-se rodeando o núcleo, explicando o porquê das partículas passarem sem desvio. Com esse experimento, em 1911, surgiu um novo modelo atômico.

Imagem 2: Representação do experimento com partículas alfas em uma folha de ouro.
Para uma melhor definição de cada tipo de radiação:
  • Radiação alfa: são partículas positivas fragmentadas do núcleo de um átomo instável procurando uma estabilidade. É o tipo de radiação menos penetrante e é constituída por duas partículas positivas (próton) e duas neutras (nêutrons), semelhante ao núcleo do átomo de Hélio.
  • Radiação beta: são partículas emitidas do núcleo de um átomo instável, semelhantes aos elétrons. É outra maneira do átomo se estabilizar. Ocorre da quebra de uma partícula neutra (nêutron), resultando em um próton e em uma partícula negativa, que é emitida para fora do átomo. Possui maior potencial de penetração que as partículas alfas.
  • Radiação gama: é uma radiação eletromagnética, não tendo massa ou carga (como podemos ver na Imagem 1). Ela é muito mais penetrante e energética, por não se tratar de uma partícula, e sim uma onda. Além disso, é liberada em forma de energia após a emissão de partículas alfa e beta do núcleo.
Alguns anos depois, com a descoberta dos nêutrons, o físico italiano Enrico Fermi descobriu as transformações nucleares a partir do bombardeamento de nêutrons desacelerados em um átomo de urânio, resultando em outras espécies atômicas. Esta descoberta levou à fissão nuclear, explicada pelos cientistas Lise Meitner e Frisk como um processo de quebra do núcleo de um átomo pesado (por exemplo o urânio), fragmentando-se em átomos menores e nêutrons, liberando uma enorme quantidade de energia.

A ideia de reator nuclear surgiu a partir da fissão nuclear. A proposta era um processo de fissões sucessivas, onde o primeiro átomo pesado bombardeado gerava uma grande quantidade de energia e liberava nêutrons, que bombardeavam os átomos pesados vizinhos, repetindo o processo continuamente, produzindo energia em larga escala.

Imagem 3: Representação de uma fissão nuclear de um átomo de urânio radioativo.

Anos depois, em 1942, o primeiro reator nuclear com urânio radioativo começou a ser construído. Entretanto, o processo de fissão nuclear também foi introduzido na construção das bombas atômicas utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial. Em 6 de agosto de 1945, Hiroshima foi bombardeada durante um ataque dos EUA. Nomeada "Little boy", a bomba liberou uma enorme quantidade de energia, matando, aproximadamente, 80 mil pessoas, enquanto milhares de sobreviventes morreram dias depois após a exposição à radiação. No dia 10 de agosto de 1945, Nagasaki foi bombardeada com a "Fat man", que possuía uma potência duas vezes maior que a "Little boy", causando 40 mil mortes, devido às condições climáticas de Nagasaki, desfavorecendo a precisão no lançamento. Também houve milhares de mortes dias depois por conta da radiação liberada.

Imagem 4: "Nuvem de cogumelo", resultado de uma bomba nuclear.
Um outro processo que produz uma enorme quantidade de energia (maior que o processo de fissão nuclear), é a fusão nuclear.  Dois núcleos de hidrogênio se fundem, resultando em um átomo de hélio e transformando parte da matéria em energia. Na década de 50, uma bomba de fusão nuclear foi desenvolvida, possuindo um potencial energético de, no mínimo, 1000 vezes maior que as bombas de fissão nuclear.

Imagem 5: Ilustração do processo de fusão nuclear de dois isótopos de hidrogênio (Trítio e Deutério).
Os avanços tecnológicos com a radioatividade são muitos, mas sempre é associado às  bombas nucleares. Como foi visto brevemente, a ideia de usina nuclear para a geração de energia limpa em larga escala é um dos pontos positivos dos estudos com radiação. Em algum momento, o blog será atualizado para falar sobre mais benefícios das pesquisas com radioatividade.

Curiosidade: O processo de fusão nuclear é a fonte de energia das estrelas, mantendo-as vivas. O núcleo das estrelas sofre fusões consecutivas entre seus átomos, gerando outros átomos maiores.

Referências:
  • http://www.portalseer.ufba.br/
  • http://web.unipar.br/
  • http://radiacaoalfa.blogspot.com.br/
  • http://www.cbpf.br/

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Curiosidades: A Descoberta da Radioatividade

Boa tarde, leitores! Hoje iremos revisitar um dos maiores e mais destrutivos avanços da história da ciência. Sempre que se escuta o conceito "radioatividade", logo a associamos com desastres da Segunda Guerra Mundial, mas também, mais recentemente, a tal radioatividade é usada também para diversos tratamentos de câncer e outras doenças. Esta postagem tem como meta falar um pouco mais da origem dos estudos com a radioatividade até o fatídico momento da elaboração das duas grandes bombas atômicas que foram utilizadas em um dos grandes momentos históricos do século passado.

A história da radioatividade não começa com sua descoberta, tendo início por meados de 1890, quando o físico Wilhelm Konrad Röentgen descobriu uma nova espécie de radiação ao estudar os raios catódicos* de Eugen Goldstein, outro físico alemão. O experimento realizado foi produzido por uma corrente elétrica em um tubo de vidro, contendo um gás inerte, instigando Röentgen a verificar se os  raios produzidos escapavam do vidro. Ao realizar o experimento novamente, em um quarto escuro, ele notou a emissão desses raios, nomeando-os de raios-X por não saber sua origem.

Representação da primeira radiografia.
Mais tarde, o cientista Antoine Henri Becquerel veio a estudar o fenômeno da luminescência,  apresentada pelos experimentos de Röentgen, porém, utilizando compostos de urânio que brilhavam. Becquerel irradiava os compostos e obteve resultados satisfatórios. Acidentalmente, com a ausência do sol, o cientista francês percebeu que o material emitia a radiação, mesmo sem estar irradiado pela luz solar, ao guardar o composto de urânio em uma gaveta junto de uma chapa fotográfica, notando os sinais da radiação, que apresentava grande intensidade. Passou a estudar compostos de urânio que não apresentavam luminescência e os resultados foram os mesmos, instigando a teoria de que a propriedade de emitir radiação invisível e penetrante era proveniente da presença do metal urânio. Ao realizar novamente experimentos, porém com urânio metálico (urânio puro), concluindo suas impressões. Assim, Becquerel concluiu seus estudos, trazendo uma grande colaboração para a futura descoberta da radioatividade.

Após os estudo de Becquerel, muitos outros cientistas começaram a estudar o tal fenômeno, mas foi com o casal Marie e Pierre Curie que o conceito da radioatividade finalmente surgiu. Ao estudar o fenômeno que chamavam de "raios de Becquerel", madame Curie examinou diversos minérios e substâncias puras, com equipamentos mais adequados, e notou que todos os minérios de urânio emitiam radiação. Entretanto, observou que dois dos minérios estudados apresentavam uma emissão mais intensa (mais ativos) que o próprio urânio. O conceito surgiu a partir desta observação, após Marie perceber que o fenômeno não era exclusivo do urânio, sendo algo mais abrangente e chamando-o de radioatividade. Toda substância que emitisse "raios de Becquerel" seriam chamadas de radioativas. 

Imagem de Pierre e Marie Curie.
O casal foi muito mais além da descoberta da radioatividade: após notar maior intensidade dos minérios de urânio, Marie propôs a existência de um material radioativo desconhecido na composição dos minérios. Depois de quase totalmente isolado, o elemento desconhecido apresentava uma emissão 400 vezes mais intensa que a do urânio puro. Após sua descoberta, o elemento recebeu o nome polônio, em homenagem ao país em que Marie nasceu. Mais tarde, madame Curie conseguiu isolar outro elemento do mesmo minério, sendo 900 vezes mais ativo que o urânio puro, nomeando-o rádio, devido sua alta intensidade. Por fim, Marie defendeu a ideia de que a radioatividade era uma propriedade atômica e recebeu 2 prêmios Nobels pela descoberta dos dois elementos.

Ainda essa semana, o blog será atualizado com uma postagem sobre Bombas Atômicas, dando continuidade aos avanços provenientes da Radioatividade!

Referências:
- http://www.ghtc.usp.br/server/pdf/ram-59.pdf

- Livro: Gênio Obsessivo - o mundo interior de Marie Curie; GOLDSMITH, Barbara

segunda-feira, 14 de julho de 2014

XI SQA - Quarto dia!

O quarto dia do evento, 22/05, começou às 8h da manhã com uma palestra apresentada pela Professora Doutora Edilene Cristina Ferreira - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP Araraquara - "Métodos Diretos para Determinações Analíticas Rápidas e Sustentáveis", com a finalidade de mostrar a importância na determinação de diferentes amostras, usando diferentes métodos analíticos eficientes, exatos, gerando o mínimo de resíduos nocivos ao meio ambiente. Logo em seguida, às 10h20 às 12h, houve a apresentação oral de trabalhos, onde discentes de química brevemente apresentaram seus projetos em desenvolvimento nas universidades.

A partir das 14h, contou-se com a apresentação dos minicursos: "Química de Alimentos", pelo Professor Doutor Roberto da Silva - Departamento de Química e Ciências Ambientais, UNESP São José do Rio Preto - abordando efeitos do processamento sobre alguns componentes dos alimentos, transformações e propriedades nutricionais de carboidratos e lipídeos, a importância industrial e as diferentes reações químicas que ocorrem nas transformações dos alimentos; o outro minicurso, "Desafios e Propostas para a Alfabetização Científica no Ensino de Química", apresentada pela Professora Doutora Tathiane Milaré - Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação da Universidade Federal de São Carlos, UFSCar - aponta a importância e as dificuldades da alfabetização científica dentro da sala de aula, apontando e analisando algumas propostas de ensino para promover este método e torná-lo eficiente para maior compreensão.


Com a finalização dos minicursos apresentados, chegamos ao fim do quarto e penúltimo dia da XI Semana de Química Ambiental. Para maiores detalhes do dia, acessem 
http://www.eventos.ibilce.unesp.br/sqa/princ/